Veneza é única e isso é indiscutível. Mas bem pertinho da Serenissima é possível admirar uma sua pequena reprodução feita de calles e canais, além das pontes e as características embarcações coloridas. Chioggia é uma cidade que cresceu em função da fuga dos vênetos ocasionada pelas invasões barbáricas, e se consolidou por meio da atividade da pesca e das salinas. Um tempo, Chioggia era considerada a maior produtora de sal do Mediterrâneo.
Para quem gosta de gastronomia, a tradição chioggiotta é repleta de prelibatezas interessantes. Ainda hoje, a cidade é uma das únicas a manter a tradição das ancestrais formas de conservação do alimento como a secagem, a adição de sal, a defumação e a marinagem. Assim, você pode encontrar delícias como sardinhas e anchovas conservadas no azeite de oliva, enguia marinada e o raro caviar branco de Chioggia.
Chioggia é uma cidade pequena e seu centro histórico é atravessado pela rua principal, o Corso del Popolo, que concentra as lojas e os restaurantes típicos. No domingo em que estivemos por lá estava acontecendo a feirinha de antiguidades e muita gente aproveitou o passeio para vasculhar entre os objetos usados.
Um curiosidade de Chioggia é que a cidade conserva o relógio de torre mais antigo do mundo (dizem, não sei se é verdade). Ao lado da igreja de Santo Andrea, na rua principal da cidade, no campanário é possível ver a obra realizada em 1386.
Chioggia sempre teve uma grande rivalidade com Veneza. No final do Corso del Popolo, a coluna com a imagem do leão de São Marco demonstra a dominação veneziana. Mas à diferença de outras cidades, o leão de Chioggia possui dimensões menores. Isso virou motivo de gozação. Os venezianos chegavam aos pés do leão, deixavam restos de peixe e começavam a miar, em sinal de desprezo pelo “gato de Chioggia”. Coisas da Itália! Rs.

Chioggia é uma pequena Veneza, mas com ritmo diverso. Obviamente o fluxo de turistas é bem menor, o que significa poder curtir a cidade, suas calles e canais sem ter de disputar o espaço com tanta gente.